quarta-feira, 27 de março de 2024
Nova parceria
segunda-feira, 18 de março de 2024
Só Deus.
Meus momentos de alvoroço.
Minhas dores, minhas multas,
meus pecados em avulso.
Só Deus sabe como é difícil
algumas coisas com que me deparo.
Só ele sabe o que preciso
e se preciso de reparo.
Só Deus sabe se mereço
a sua eterna misericórdia.
Só Deus sabe o endereço
que me levará à vitória.
Só Deus sabe a cada dia
o que sinto e o que penso.
Que ele me dê sabedoria
para descobrir onde pertenço.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
quinta-feira, 14 de março de 2024
Abril
seja Abril
não só em Abril
mas todo o ano.
A luta continua
até cair o pano.
Abre olhos Portugal
não vás nessa cantiga.
A paixão é cega
e muito escorregadia.
Que Abril
seja Abril
não só em Abril
mas todo o ano.
A luta continua
até cair o pano.
A liberdade que conquistaste
levou tempo a conquistar.
Mas basta um é em falso
para, sem querer, tropeçar.
Que Abril
seja Abril
não só em Abril
mas todo o ano.
A luta continua
até cair o pano.
domingo, 3 de março de 2024
Queimei a alma
Coloquei as mãos no fogo.
Queimei a alma.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
Sou eu que estou aqui
Talvez eu não esteja no meu melhor. Talvez o meu melhor neste momento seja pouco. Talvez já não seja a mesma pessoa que começou lá atrás. Talvez seja o tempo que me tenha mudado. Talvez tenham sido as decepções que me mudaram tanto. Talvez tenham sido as circunstâncias. Talvez tenham sido as minhas escolhas. Provavelmente foram muitos os factores das minhas mudanças. A idade muda, as prioridades mudam, alguns gostos mudam, algumas amizades mudam de forma, alguns amores não permanecem nas nossas vidas. Talvez eu não esteja no meu melhor, mas ainda assim, sou eu que estou aqui.
sábado, 2 de março de 2024
Lágrimas
preciso de deixar cair
para que esta dor passe
e eu consiga seguir?
Quantas lágrimas
terei de limpar
até que deixe
finalmente de te amar?
Quanto tempo
terei de chorar
sabendo que
nunca mais vais voltar?
Quanto tempo
terei de sofrer
até que o meu coração
deixe de doer?
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
sexta-feira, 1 de março de 2024
As mães
para resolver, tratar ou defender.
As mães estão sempre cá
para uma mão estender.
As mães são todas ouvidos,
são boca, nariz, raiz.
Também há mães Nutela.
Mães cuja panela
está sempre ao lume.
Todas as mães têm garras.
Todas as mães têm escadas.
Todas as mães têm cicatrizes
e sabem todas as directrizes
mesmo quando estão confusas,
desanimadas com o sistema,
sozinhas no meio de um dilema.
Mas todas as mães têm asas
para debaixo delas manterem a salvo
os seus filhos, os seus amores.
Jovita Capitão, rainha das Insónias.
Lágrimas ocultas
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
Não prometas
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024
Dois irmãos
a despedida do sol.
Timidamente rolou
e no céu se fixou
Foi então que o sol voltou
dizendo adeus à sua irmã
que por um momento bocejou
dizendo de novo até amanhã.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024
A Casa das Rosas - de Jovita Capitão
Queridos leitores e amigos da Rainha tenho o maior prazer de anunciar que o meu livro "A casa das Rosas" já é uma realidade. Passaram 13 anos desde que o escrevi e finalmente consegui encontrar uma Editora ( Edições Horus) que atendeu as minhas expectativas. Quero também dizer que o livro já se encontra em pré-venda no site da mesma.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
Biblioteca Municipal Afonso Lopes vieira
Queridos leitores e amigos da Rainha, no passado sábado fiz uma breve visita à Biblioteca Municipal de Leiria e descobri que lá dentro existe uma Bebeteca, isto é, um espaço destinado aos bebés e às crianças pequenas. O meu pequenino estava encantado com o espaço e foi tão bom vê-lo a brincar. Havia alguns brinquedos interativos e livros, muitos livros. Aconselho mães e pais a visitar o espaço levando os mais pequenos a descobrir o prazer da leitura.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024
A insónia desta noite
A lua espreitou. A Janela mal fechada deixou entrar também a luz ténue do candeeiro da rua. Ele adormeceu profundamente ao meu colo e eu após uma longa indecisão pu-lo finalmente na cama ao meu lado. Fiquei imóvel durante algum tempo a pensar nas preocupações do dia a dia. O silêncio invadiu a casa e o meu espírito. O negrume da vida entristeceu-me. Deixei-me levar pelo sofrimento e uma imensa vontade de chorar veio ao de cima. Respirei fundo. Tentei soerguer-me para limpar as lágrimas que já vinham a caminho. Olhei para o rosto do meu filho, iluminado pela ténue luz do candeeiro da rua. Dormia serenamente. Pensei em levantar-me já que a falta de sono estava a incomodar-me. Nem me ergui. Assim que me movi o seu choro inundou todo o espaço. Voltei a pegar nele, embalei-o de novo, coloquei-o na cama e respirei fundo com receio que a minha simples respiração o acordasse. Felizmente o som não foi suficientemente sólido para que tal se concretizasse. Aliviada, levantei-me devagar. Tapar o estômago pareceu-me a única resposta viável. Fui até à cozinha. Abri a porta do único electrodoméstico que dá acesso ao paraíso. Passei os olhos pelo conteúdo. Iogurtes, um pacote de leite já aberto, sopa, algumas caixas de alimentos com restos de ontem, legumes. Optei por leite quente com café. Sei que não devia ter escolhido a cafeína naquela hora mas a vontade foi mais forte. Agora estou aqui de olhos abertos a escrever o que me vai na alma. E de olhos abertos vou continuar enquanto o sono não vem ou até o meu pequeno acordar de novo para sorver o néctar da vida.